O diretor não mudou nenhuma vírgula do discurso de todos da alta cúpula do canal: “O segundo lugar é nosso”.
Confira a entrevista exclusiva, realizada pelo repórter Luiz Sales:
NaTelinha: Qual sua visão atual do SBT perante a colocação de Silvio Santos dizendo que em cinco anos o SBT deve voltar ao segundo lugar em audiência?
Fernando Pelégio: Queremos voltar, o segundo lugar é nosso! A gente está brigando para isso, corrigindo as arestas. Estamos correndo atrás do tempo perdido. Concordo com o Silvio, esse lugar deveria ser nosso, mas deixamos escapar. Vamos recuperar essa situação, horário a horário, casa decimal em casa decimal. A gente vai recuperar, ponto a ponto, programa a programa.
NaTelinha: Você acha desleal a concorrência da Record, uma vez que a emissora, por vezes, passa boa parte do tempo de sua programação sem intervalos comerciais?
Fernando Pelégio: É desleal. Isso é dumping. Não sei se poderia haver um tipo de atitude legal, mas isso com certeza caracteriza um dumping, você está desdenhando de uma receita necessária para o seu negócio. Hoje o volume de investimentos da Record é o dobro do SBT, e com uma diferença de 0.5, 0.4 no Ibope. Isso mostra que o SBT sabe fazer TV anos luz à frente da Record em termos de gastos e resultados.
NaTelinha: Isso se deve a identidade que o SBT criou com o telespectador ao longo desses trinta anos? Mais ainda, uma identidade do próprio Silvio Santos com o público?
Fernando Pelégio: O SBT não tem uma visão arrogante. As pessoas veem, gostam e torcem pelo SBT. Temos um bom convívio com as outras emissoras, não somos arrogantes. O SBT nasceu humilde, continuamos humildes. O SBT é isso.
NaTelinha: Saiu na mídia que o Silvio Santos em suas próximas férias iria testar algum outro apresentador no lugar do seu programa, visando até uma possível aposentadoria. Você sabe de algo?
Fernando Pelégio: Não tenho essa informação, mas vindo do Silvio Santos tudo é possível. Se ele decidir fazer isso é um direito dele que tanto já trabalhou.
NaTelinha: O SBT contém grandes estrelas em seu casting, como Eliana, Carlos Alberto de Nóbrega, Raul Gil… Porém, em pouco tempo, perdeu seus dois maiores nomes, o Gugu e a Hebe. Qual dessas duas saídas doeu mais para o SBT e qual deles deixou uma brecha para voltar?
Fernando Pelégio: Os dois. Ambos saíram numa boa, sem brigas ou tumultos. Somos muito gratos ao Gugu, a Hebe Camargo. O SBT cresceu também graças aos dois. As portas continuaram sempre abertas para eles. Desejamos muita sorte a eles.
NaTelinha: Neste ano, em outubro, ocorrerá mais uma edição do Teleton e eles, Hebe e Gugu, estarão presentes no palco da atração. Você acha que o Silvio pode tentar engatar uma conversa, apesar das saídas ainda serem recentes?
Fernando Pelégio: Nós respeitamos contratos. Ambos têm contratos vigentes, mas se eles quiserem conversar não tem porque o Silvio não sentar e negociar…
NaTelinha: Antes da saída do Datena da Band, a emissora vinha numa crescente e chegou a ser um incômodo para o SBT. Isso foi só uma impressão ou realmente a Band incomodou?
Fernando Pelégio: Eles incomodaram sim. O Datena estava sozinho com o noticiário. Já a Record tinha o “Chris” e nós o “Chaves”. A partir do momento que a Record decidiu regressar para o policial, a Band, que dava nove pontos, passou a dividir o público com a concorrente. Já o nosso público infantil criou mais identificação com a emissora. A Record abandonou o público infantil. Mas eu não duvido nada que de repente eles apareçam com o “Pica-Pau” ou o “Chris” novamente, mas assim eles vão deixar o Datena livre novamente.
(Na Telinha)